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Capela da Nossa Senhora da Assunção - Alto da Serra da Castanheira
No cume da Serra da Castanheira, ergue-se um templo religioso dedicado a Nossa Senhora da Assunção. Segundo a tradição, para o topo da serra estava projetada uma Igreja de maiores dimensões, no entanto por constrangimentos próprios, a obra ficou inacabada e o monumento religioso que atualmente podemos apreciar é a estrutura que deveria ser a capela-mor.
Analisando a arquitetura da Capela, podemos constatar que a porta principal se insere na fachada principal, que estava destinada a ser o arco do cruzeiro, que dividiria a capela-mor da nave. No exterior podemos visualizar, nas quatro arestas, quatro portentosos contrafortes que conferem uma volumetria incaracterística ao edifício. Nas duas fachadas laterais ao nível da cornija, dois pares de gárgulas em canhão permitem o escoamento das águas pluviais. Na fachada Sul ergue-se uma pequena sineira.
No interior da capela podemos apreciar uma magnífica abóbada de nervuras, com umas pinturas de cariz primitivo, de cores muito ténues. No altar de talha, do século XVII, encontramos a imagem de Nossa Senhora da Assunção ladeada pelas imagens de S. Marcos e Santa Bárbara.
Associada a esta Capela, existe uma lenda que segundo a tradição popular explica a razão da sua construção. Texto que transcrevemos e que foi escrito pelo Dr. Casimiro Machado:
“Na Vertente Norte, coberta de estevas quase no sopé, existiu, outrora, humilde, pobre capelista consagrada ao Espírito Santo. Em dia da Ascensão do Senhor, quarenta dias após a Páscoa, apareceu Nossa Senhora, mesmo no cume da Serra, ajoelhada e tendo junto de si o Menino. Foi vista por uma carvoeirita, que andava no seu serviço, e alvoraçada, cheia de admiração e alegria, correu logo a aldeia a transmitir o milagroso facto.
Ouviram-na, mas ninguém acreditou; troçaram-na, riram da pobre pequenita. Desgostosa e vexada, voltou logo para junto da sua (foia), e ao entardecer, olhou, com os olhos rasos de água, na direção onde vira Nossa Senhora. Não a enxergou no mesmo sítio, nem de joelhos. Mas um pouco abaixo, deitara o Menino numa grande fraga, e com a sua pequenina mão fazia-a mover como um levíssimo berço, para O embalar.
A carvoeirinha, cheia de ansiedade e de fé, lançando-se de joelhos, implorou assim: - Minha Mãezinha do Céu, dai-me a suprema felicidade de mostrar aos incrédulos, que foi verdadeira a vossa aparição! Repetiu fervorosamente, por três vezes, a simples prece, e ao terminar, respondeu-lhe a Virgem com voz meiga: - (Que venham; verão esta fraga mover-se e lá em cima, gravadas na pedra, os meus joelhos e de meu divino Filho.) Contentíssima, delirante correu ao povoado, e contou o que pedira e lhe respondera a Mãe do Salvador.
Abismados, perplexos, subiram a Serra num instante, moços e velhos. Chegaram à fraga que se movia, mas não conseguiram para-la, por mais esforços que fizessem. Sorridente e vitoriosa, gritou então a pequena: - (Vamos ao alto da Serra; vi Nossa Senhora e o Menino, ajoelhados na pedra). Todos correram pressurosos e viram com espanto os joelhos gravados na rocha. E logo ali, crentes e cheios de entusiasmo, resolveram esculpir uma imagem da Virgem, e coloca-la no pequenino altar da Capela do Espírito Santo, o que fizeram.
No dia seguinte ao da colocação da imagem, que era formosa acorreu muita gente das povoações vizinhas, que vinham admirá-la e venerá-la. Chegados à Capela, com estranho espanto verificaram que tinha desaparecido, e incrédulos ficaram, como os primeiros. A carvoeirita propôs então que subissem ao alto da Serra, e quando chegaram, viram com admiração que imagem estava na rocha, cheia de flores, olhando o céu. Mudaram-na novamente para o seu altar, mas como no dia seguinte, voltasse a Senhora ao altar da rocha, resolveram edificar a Capela onde ainda hoje se venera.”
Latitude: 41.39158, Longitude: -6.607149