Chocalheiro de Bemposta

Esta figura solidária, mágica e diabólica, de referências zoomórficas apresenta-se com um fato preto inteiriço feito de algodão com um capuz, uma máscara de madeira cheia de simbolismo com dois chifres e duas laranjas espetadas e uma tenaz.

Segundo a lenda, depois de ter tentado Nossa Senhora, o demónio terá sido castigado a pedir esmola para Ela e para o Seu Filho.

O peditório que o Chocalheiro realiza na aldeia, de porta a porta, dentro do ritual festivo é também um apelo à fecundidade. Este ritual é realizado em dois momentos do ciclo festivo de Inverno: no dia de Santo Estevão, 26 de dezembro, e no dia 1 de janeiro, para a festa do Menino Jesus, cumprindo assim um apelo simbólico à fertilidade da Terra-Mãe.

No dia 25 de dezembro, surge um momento importante do ritual e que verdadeiramente mobiliza a comunidade: as mandas. As mandas são licitações ocorridas numa espécie de leilão, controlado pelo mordomo da festa até à meia noite em ponto e o vencedor, aquele que oferecer mais dinheiro, tem a regalia de vestir ou indicar quem irá envergar a máscara.

Foi recentemente reconhecido como Património Imaterial de Interesse Municipal.