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Feira dos Gorazes
A Feira dos Gorazes, remonta ao século XVIII e realiza-se nos dias 15 e 16 de outubro, em Mogadouro.
O Rei D. Dinis, que foi monarca muito amigo de Trás-os-Montes, concedeu a Mogadouro carta de feira em 1290. Mogadouro foi sempre terra de comerciantes e almocreves. As feiras de Mogadouro traziam desde muito cedo toda essa gente a transacionar as suas mercadorias. Eram duas feiras mensais, era a feira dos Bois em setembro e a feira grande dos Gorazes em 15, 16 e 17 de Outubro. Estas feiras fizeram de Mogadouro um dos maiores centros de troca comercial no Nordeste, como ainda hoje se conserva.
E foram as feiras que sustentaram e fizeram a evolução da vila de Mogadouro ajudadas, evidentemente, pela emigração e pelo trabalho das populações.
Se não é de estranhar a origem anterior ao século XVIII desta Feira, motivo de maior surpresa e alvo até de uma certa controvérsia é a própria designação do certame. É que apesar de Goraz ser nome de peixe o que é facto é que na Feira todos se juntam para comer carne. Tamanha contradição parece encontrar explicação na história e na origem da própria palavra.
Goraz será o resultado da evolução da palavra Voraz relacionado com a grande apetência para o consumo de carne de porco e vitela, neste período. De acordo com A. Mourinho, autor de uma obra dedicada a esta feira o termo Gorazil, Corazil e Goarazel têm a sua raiz na palavra grega Koipás (que se lê Goiráz ou Koirás), a qual significa carne de porco.
O “Goarazel” ou “Goraz” seria um imposto pago pelos de Mogadouro aos senhores destas terras. O tributo, pago em carne de porco (localmente designada marrã) por altura da Feira anual, deu nome ao evento e popularizou o consumo e compra da marrã durante a Feira. A tese não é consensual, mas foi ganhando expressão e os mogadourenses continuam a pagar o imposto à tradição durante os dias do evento. À marrã juntou-se, atualmente, a posta transmontana e poucos são os que resistem a degustar um bom naco de carne durante os Gorazes.
Mogadouro, terra onde a agricultura e pecuária sempre assumiram um peso significativo na economia local, fazia da sua Feira dos Gorazes, momento de celebração do final das colheitas, onde os agricultores vendiam os seus produtos e se abasteciam para o inverno. Era também local de venda e compra dos melhores exemplares de animais, chegando a ser apelidada de Feira do Gado.
De mercado de rua anual, foi conquistando outra dimensão, conquistou um espaço expositivo próprio e soube aliar a componente económica à turística, lúdica e cultural, e ganhou mais dias (4 no total) mantendo sempre os dias 15 e 16 de outubro como os dias principais, com a realização da feira de rua anual.
Este tem sido o caminho trilhado pela organização, a cargo da Associação Comercial e Industrial e Câmara Municipal, que querem continuar a afirmar o evento enquanto fator potenciador da “Economia Rural”. Assumindo-se como um grande acontecimento socioeconómico para o concelho, é responsável pela atração de milhares de visitantes a Mogadouro. Durante séculos realizou-se ininterruptamente, adaptando o figurino às exigências dos tempos, o objetivo será sempre o de a manter viva e em crescente dinamismo.
A fim de enriquecer a vertente lúdica, musical e cultural desta feira, apresentam-se em cartaz espetáculos musicais com vários artistas, o folclore do nosso concelho, com os famosos grupos de Pauliteiros, Pauliteiras e Gaiteiros, Colóquios temáticos, Passeios TT, Concentrações e passeios de automóveis clássicos, Perícia automóvel, Jogos Tradicionais e outras atividades, de forma a promover e manter a identidade tradicional do certame.
União de Freguesias de Mogadouro, Valverde, Vale de Porco e Vilar do Rei
Mogadouro
15 e 16 de outubro