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Música Tradicional
As canções e músicas populares são aquelas que mais nos identificam e prendem à terra, é um dos mais fortes sentimentos de pertença e vínculo às comunidades. São a expressão do seu sentir e das formas de estar na labuta, lazer e festas do dia a dia.
A música era feita por pessoas comuns durante o convívio, o trabalho no campo, nos serões, para festejos religiosos e peditórios, rituais, entrudos, arraias, desde o religioso ao profano, a música popular esteve sempre como pano de fundo no quotidiano da vida rural do nosso concelho, reforçando assim a sua importância na herança cultural, no vasto repertório musical, na tradição oral e na construção de instrumento únicos.
Este património cultural é conduzido de geração em geração. Todo o seu processo evolutivo foi transmitido oralmente, sofrendo contantes recriações pelas comunidades e grupos em função do seu meio ambiente e da interação com a sua história. Tentar preservar com exatidão a identidade e a tradição musical dos nossos antepassados, conseguir manter a genuinidade e afirmar uma identidade própria além-fronteiras, não é tarefa fácil. Cada individuo apresenta maneiras diferentes de manter viva a memória das próprias origens. Um gaiteiro nunca vai tocar a mesma peça duas vezes da mesma maneira, na música tradicional, a improvisação impõe-se e é uma obrigação.
A Gaita de Foles Transmontana é um dos mais raros e arcaicos símbolos do património cultural e das expressões artísticas do nosso concelho, este instrumento, assume uma máxima diferenciação e singularidade na cultura musical da nossa comunidade.
São muitos os instrumentos tradicionais que a história e cultura portuguesa conservou, mas poucos são os instrumentos que conseguem retratar a marca cultural dos povos com a Gaita de Foles.
As manifestações culturais dos atuais Gaiteiros do concelho, continuam a fundir a cultura de forma singular, aliando a tradição com melodias e ritmos, que se destacam na conservação da música de raiz do planalto mirandês.
A Gaita de Foles Transmontana, acompanhada pelo rufar da caixa e do bombo, é companheira de festa e de folia nas suas digressões pelas ruas e está a tornar-se bastante popular, assistindo-se em Trás-os-Montes a uma revitalização crescente das práticas musicais a ela associadas. Curiosamente, também fora da área geográfica transmontana existe um certo público urbano que se interessa cada vez mais por este instrumento e que está apostado na sua revitalização.
Os géneros musicais frequentemente associados a esta gaita são as danças como o Baile Agarrado, Baile Picado, Jotas, Murinheiras, Carvalhesas, mas também os Lhaços que acompanham as danças dos pauliteiros, nas aldeias do concelho de Mogadouro.
No concelho de Mogadouro existem registos notáveis de gaiteiros ativos no concelho nos finais do sec. XX por localidade:
Bemposta: António Luís Alves, António Granado (e outros de nome desconhecido)
Lamoso: “Tiu Gailla” (o tempo fixou a alcunha, não o nome do homem)
Quinta das Quebradas: Ernesto Gonçalves
Vila de Ala: José Baptista
Brunhosinho: José Frutuoso Guerra, José Marcos, Manuel António Araújo
Urrós: António Augusto Fernandes, José Maria Fernandes
Travanca: José Manuel Sampedro
Sampaio: Júlio do Nascimento Rodrigues
Existem numerosas gravações que hoje servem de inspiração para a recuperação desse instrumento e do seu repertório, e ainda alguns “gaiteiros tradicionais” ativos que vão transmitindo esta sabedoria de geração em geração como José Maria Fernandes, um dos muitos gaiteiros da família Fernandes.
Hoje em dia, para além dos gaiteiros "tradicionais", vão surgindo também novas formações que procuram fazer a continuação e reinterpretação dos repertórios e instrumentos transmontanos, como por exemplo, os grupos Gaiteiros de Lisboa, Galandum Galundaina, Gaitafolia, Trasga ou Lenga-lenga.
Concelho de Mogadouro