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Pauliteiros
A origem da dança dos Pauliteiros não reúne consenso entre os estudiosos que sobre ela se debruçaram. Esta terá nascido durante a idade do ferro, na Transilvânia, espalhando-se posteriormente pela Europa.
Strabão, refere que certos povos que habitaram na península no século III se preparavam para os combates com este tipo de danças, trocando apenas as espadas pelos paus de 45 cm, evitando riscos desnecessários.
Posteriormente, os povos conservaram estas danças para celebrarem a recolha dos frutos e dos cereais, assim como a passagem dos solstícios de Verão e Inverno.
A dança dos paulitos, outrora modalidade étnica mirandesa, assim dita dos pauzinhos (um em cada mão) que os dançantes usam durante as evoluções coreográficas, só admite homens – 16 na dança completa ou 8 na meia dança. Há quem veja nos trajes atuais, saias e chapéus enfeitados, coletes e laços de linho, o fato do soldado greco-romano embora estilizado.
Os diversos bailados que executam chamam-se laços, com um nome especial dado a cada um deles; são dançados ao som do tamboril e da gaita de fole, tangendo ao mesmo tempo castanholas e batendo a compasso, no momento próprio, com os paulitos uns nos outros nas diversas voltas que fazem. É incalculável a presteza que esta dança exige e o efeito coreográfico que produz, daí o entusiasmo delirante com que é recebida em toda a parte.
Os pauliteiros são os verdadeiros guardiães de um passado longínquo, que ainda integra vivências do quotidiano
Em Bemposta, aldeia do concelho de Mogadouro, há registos de em 1912 haver um rancho folclórico composto pelos pauliteiros que animavam as festas e ajudavam a pedir esmolas para as festividades da igreja.
Nos anos 80, após um longo período sem pauliteiros alguns antigos dançadores tiveram a feliz ideia de reconstituir os Pauliteiros de Bemposta. Na impossibilidade de motivar os rapazes, e contra a tradição, foi criado o rancho das Pauliteiras “raparigas cheias de vontade de aprender e continuar no tempo o estilo de dança dos seus antepassados”. Neste momento encontra-se inativo, devido à falta de interesse de população jovem masculina ou feminina para a continuação desta tradição.
OS INSTRUMENTOS ASSOCIADOS À DANÇA DOS PAULITEIROS
O tamboril é um pequeno tambor que se toca com duas baquetas. É um instrumento de especial agrado dos mirandeses.
A gaita-de-foles é a clássica gaita pastoril ou gaita-galega, mais estridente, por via de regra, do que as similares da Galiza: é também mais tosca e por isso mais típica.
A flauta pastoril, mono tubular de três buracos, em mirandês fraita, feita ao torno manual, é de pau de buxo, ou de freixo e tocada só com três dedos duma mão: o polegar, o indicador e o médio.
Os buracos são abertos ao fundo, dois na frente e um na retaguarda. Os buracos da frente são utilizados pelos dedos indicador e médio, o buraco da retaguarda pelo polegar da mão esquerda, enquanto a direita toca o tamboril com a baqueta.
As castanholas são feitas à navalha e enfeitadas com desenhos à ponta da mesma navalha.
União de Freguesias de Mogadouro, Valverde, Vale de Porco e Vilar o Rei/Bemposta
Atuações em Festas e Romarias